domingo, 8 de junho de 2008

Lembrando do nosso maior escritor...

Nessa atmosfera as vezes tão alienada e otimista em que vivemos é sempre bom relembrar as observações de Machado de Assis,sempre tão lúcido,em sua maior obra que é Memórias Póstumas de Brás Cubas:

Capítulo CXIX Parêntesis Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos sem assunto:
* * * Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
* * * Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
* * * Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.
* * * Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
* * * Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.
* * * Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.

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